PÉRGOLA MARINA
Em pé na beira do barco, a menina de vestido de retalhos se lançou ao mar. Tentava ela mergulhar até o mais profundo. E ali chegou.
Descansando seus pés nas rochas de sal, parecera ter visto a entrada de algum lugar. E nadando se aproximou.
De milhares de conchas empilhadas havia um forte pilar arqueado, cobertos com algas castanhas e verdes ervas. Pérgola marina.
Ela passeou por aquele caminho, tocou os cavalos marinhos, respirou a pureza, se alimentou com a vida pura do plâncton e se deixou levar pela própria força do oceano violeta. Seus olhos se mantiveram fechados.
Ao abri-los em direção ao céu, já não era possível enxergar a luz do sol, tampouco escutar o que diziam. Alheada estava daquele estranho mundo fora d’água.
Aquecida se mantinha no fundo daquele mar, enquanto contemplava os peixinhos coloridos remendando seu vestido.
Mas alguém a despertou. Chegara o momento do barco regressar à seca terra.