Deixa eu lhe amar livremente
 
           
 
            Por que o receio?  É medo, ou coisa que o valha?  Saiba então minha querida, que de medos ando cheio, qualquer deles me atrapalha.  Não posso amar sozinho?  Quem disse isso, amorzinho?  Isto é fogo de palha!
            Tem tanta gente no mundo que cada vez mais se atrapalha, dando palpites, conselhos ou qualquer coisa que valha... Acho graça destes tipos.  Em tudo metem o nariz. “Quem é você que não sabe o que diz?”.  Ah, Noel quanta sabedoria, nos bares, serestas escondidas da luz do dia.  Foi livre destes ares cheios de tanta hipocrisia...  Não teve esses azares.
            E eu, o que faço?  Fico sujeito às normas?  Ninguém se livra delas, sempre existe quem conteste as formas despidas que tenho e tão repetidas são, não existe quem não as ateste...
            Que tenho eu com isto?  Não, eu não desisto deste destino ingrato, é ele o meu prato que vou digerir, até fique farto.
            Pergunto outra vez, docemente, sem nenhum rancor na mente, por que este ardor eu tenho de amar tão livremente?
            Alguma maldição?  Creio que não.  Por favor, me dê a mão...
            Não posso ficar sozinho, tenho medo deste espinho que se chama solidão!
           
Jorge Cortás Sader Filho
Enviado por Jorge Cortás Sader Filho em 30/11/2011
Reeditado em 08/12/2011
Código do texto: T3364629
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