A mágoa, a covardia e o perdão
Eu dormia profundamente naquela manhã, quando de repente meu pai abriu a porta do meu quarto e me acordou assustadamente. Eu não pude entender muito bem. Na verdade ele viera me advertir e pedir que eu consertasse a besteira que fiz a noite passada.
Ela estava no quarto ao lado, extremamente magoada, trêmula e chorosa. E ele não sabia mais como acalmá-la, então pediu-me que o fizesse pedindo perdão. E o meu orgulho a tanto tempo adormecido, gritou.
Ela, era minha mãe. Fui até seu quarto, tentei falar algo, mas as palavras não saíam da minha boca, apenas lágrimas involuntárias brotavam automaticamente dos meu olhos, como uma nascente de rio, que sem nenhum esforço existe e não sabe se explicar. Elas apenas nasciam e unundavam meus olhos de forma inesperada e voraz. E aí eu pude perceber como minha alma a amava, mesmo que eu não soubesse como sentir, mesmo que eu não soubesse expressar. Sim, eu estava errada sobre o que disse a noite passada. Eu a amo, amo demais. Então fui novamente até seu "bangalô" _assim ela chamava o seu quarto_ pedi desculpas e disse que a amo muito, e tudo ficou bem. Pelo menos assim foi em meu pensamento. Sou covarde, descobri isso naquele dia.
Final alternativo:
(...)
Então fui novamente até seu "bangalô" _assim ela chamava o seu quarto_ deitei ao seu lado acariciando seus cabelos negros, como se num gesto silencioso pedisse perdão. Logo depois a abracei alí mesmo, então ela pegou minha mão aconchegando-a em seu colo, como se em um gesto emudecido aceitasse o meu pedido de perdão silencioso. E ela que tinha passado a noite em claro, adormeceu.