Encontrei esse texto em livro que estava lendo e fiquei fascinada por ele, espero que gostem...
Na mitologia grega, Ovídio conta a lenda da Fênix:
“A maior parte dos seres nasce de outros indivíduos, mas há uma certa espécie que se reproduz sozinha. Os assírios chamam-na de Fênix. Não vive de frutos ou flores, mas de incenso e raízes odoríferas. Depois de ter vivido quinhentos anos, faz um ninho nos ramos de um carvalho ou no alto de uma palmeira. Nela ajunta cinamomo, nardo e mirra, e com essas essências constrói uma pira sobre a qual se coloca, e morre, exalando o último suspiro entre os aromas. Do corpo da ave surge uma jovem fênix, destinada a viver tanto quanto a sua antecessora. Depois de crescer e adquirir forças suficientes, ela tira da árvore o ninho (seu próprio berço e sepulcro do seu pai) e leva-o para a cidade de Heliópolis, no Egito, depositando-o no templo do ‘sol’...
Heródoto descreve a ave, embora observe: Eu mesmo não a vi, exceto pintada. “Parte de sua plumagem é de ouro e parte carmesim; quanto ao seu formato e tamanho, são muito semelhantes aos de uma águia”
Por muito tempo, fiquei pensando na beleza metafórica dessa fábula. Concluí que os nossos pensamentos nascem de outros pensamentos, mas o pensamento apaixonado se reproduz sozinho. Faz o seu ninho na vontade – e torna-se uma Fênix- que não se alimenta das coisas do mundo, mas de essências que vêm dos céus. Assim depois de uma longa caminhada, o pensamento apaixonado morre (“Exalando o último suspiro entre os aromas”) entre perfumes de suas ações e produz outra Fênix que leva a anterior ao sol da imortalidade. Realizações apaixonadas e apaixonantes nos tornam imortais!
A pessoa que ama o que faz e, mais do que isso, que se apaixona pelo que faz, torna-se uma Fênix, exala um perfume diferente, alimenta-se de sonhos, tem uma vontade férrea e não desiste nunca!
(retirado do livro “Em busca do meu carisma”,
Autora Leila Brandão,
Citação: BULFINCH, Thomas. Op. Cit)