Hoje sinto uma tristeza, essa é minha maior probreza desde que eu deixei de ser menino.
   Prometi que eu voltava, com dinheiro para a senhora, para o meu senhor meu papaizinho, eu enxugaria teu suor, nunca mais debaixo do sol, a cabeça iria rachar.
   O  pé manco que o senhor me comprou, que nessas estradas a fora corria feito um menino, vendi o cavalo para juntar dinheiro pra ir em São paulo, voltaria estudado invejado pelos vizinhos.
   De volta nessa cidade, tanta coisa mudou, o seu jardim mamãezinha pouco a pouco muchou, sua cadeira tomaram conta os cupins, o armário de portas abertas, a gaiola sem o tico tico. De ti meu pai , morreu o cachorrinho, também se foi o cabritinho que ficava no quintal.
    De mim Deus levou vocês, de que adianta eu estudado aquele filho dedicado, olhando essas duas cruzes no quintal?










Eduardo monteiro
Enviado por Eduardo monteiro em 26/11/2011
Reeditado em 26/11/2011
Código do texto: T3356864
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