O LADO NEGRO DO SER

Minha mente demente castiga meu corpo. Um corpo esquecido de vida.

Meus olhos só enxergam o vazio, e o silêncio consome meus dias.

Uma agonia visceral mastiga minha esperança lentamente...

Minhas unhas, todas roídas, em carne viva, deixam escapar fios de sangue pelos meus dedos.

Minhas mãos trêmulas e magras não conseguem sequer erguer um copo, um garfo.

Mas não preciso mais delas, não tenho ninguém para pedir ajuda, acenar, abraçar, afagar...

Meus cabelos caem como pranto, lágrimas fracas e finas, espalhadas pelas cobertas, travesseiros e chão.

Minhas narinas inspiram dor e minha pele expele fel pelos poros.

Da minha boca já não sai mais nenhum som...

Não há mais tempo para sentir...

Fugi de mim, e me escondi na escuridão mais negra do meu subconsciente.

Demente, fecho os olhos.

Não quero mais enxergar a vida...

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AVISO: APENAS INSPIRAÇÃO POÉTICA.

SEMPRE ESCREVO SOBRE AMOR. ME ATREVI A ME JOGAR NO PROFUNDO, PARA VER COMO ME SAIA. BJS :)

Meu amigo e grande poeta, Odir, escreveu esta linda interação. Odir é uma honra receber estes teus versos. Obrigada pela interação e carinho.

Seguindo a bela inspiração poética de Marcela Re Ribeiro

A LOUCURA DO NÃO SER

Odir Milanez

Mistificando a mim, joguei-me fora

antes que o nada me levasse ao fim.

Fiz-me de fim e fui, enfim, embora,

jogando fora o que restou de mim.

O meu ontem morrente me devora,

de penadas paixões um torvelim.

Não há mais nada meu vivendo agora.

Nada restou da vida de onde vim.

Só existo no espaço que inexiste,

onde nada de novo há de nascer,

onde o tempo trevoso a tudo assiste.

Na estação sem sol do desprazer,

passageiro nenhum... Ninguém resiste

à trilha terminal do entardecer.

Somente eu no trem trágico e triste

que me leva à loucura do não ser...

JPessoa/PB/25.11.2011oklima

Marcela Re Ribeiro
Enviado por Marcela Re Ribeiro em 23/11/2011
Reeditado em 03/03/2020
Código do texto: T3352134
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