O SOL DA MADRUGADA


Madrugada! O sol espia pela fresta das nuvens, contendo a ansiedade de manifestar-se quando é surpreendido por um leve solavanco, era São Jorge que desceu do seu cavalo, deixando-o amarrado num pequeno moirão,na lua, dirigindo-se a ele, afim de contê-lo na sua impulsividade fora de hora.

 

Insatisfeito com tamanha falta de educação, o sol grita em voz escaldante para São Jorge:
 

_ Cuida de ti Ó Jorge, e do teu cavalo e deixa-me seguir a minha jornada.
 

- Cuidarei sim,ó meu amigo Sol, mas estarei sempre ao teu lado quando precisares de mim ou quando estiveres a ponto de intervir na harmonia do Universo.
 

_ Hei de mostrar-te, Jorge, hei de mostrar-te!
 

As nuvens silenciosas escutaram o diálogo que se assemelhava a uma breve discussão,  se encolheram nas suas almofadas e dormitaram com serenidade.
 

Distraído sobre o seu alazão Jorge conjecturava sobre as últimas palavras do sol quando, de súbito, as suas costas queimaram sob um calor surpreendente e toda a Natureza fez-se dia em plena madrugada.
 

Protegendo os olhos da intensa luz, volta-se Jorge e vislumbra seu amigo esparramando-se sobre a Terra enquanto os homens assustados levantam-se e correm para conferir os seus relógios.
 

Indecisos, sem compreenderem a causa de tal fenômeno, cobrem os olhos com panos escuros e retornam aos braços de Hipnos a fim de se encontrarem com Morfeu, quem sabe ele lhes revelaria o que estava ocorrendo ?!
 

Diante da serenidade de todos,o sol aquietou-se e dormiu.

soninha

 

Sônia Maria Cidreira de Farias
Enviado por Sônia Maria Cidreira de Farias em 23/11/2011
Reeditado em 16/05/2015
Código do texto: T3351276
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