O ENCONTRO
Pois que já não esperava aquele encontro
O tempo já avançado desde a última estada
Naquela cidade ofuscada pela balbúrdia camélica
Não mudara os descaminhos comprados de guardas subornáveis.
A cidade, como já apontado, não mudara
Do contrário, parecia que se congelara no tempo
Que só não é tão verdadeiro assim,
Porque, às ruas mais famintos aglomerados.
Mas a espera pelo encontro
Deixava a sensação de tempo vazio
E no mezanino entre cafés e esparsas leituras,
Um poema salta como que indicando novos pensamentos.
Falava de amor por rapaz de classe inferior,
E a donzela casta e mantida a sete chaves,
Rompendo paradigmas secularmente arraigados,
Pela sua liberdade e lutar para manter aquele amor proibido,
Decido ir ao encontro que tantas vezes adiou.
E já a espera do encontro, antes um transtorno inigualável,
Abra-se como um arco-íris após a tempestade,
E com um leve sorriso,
Chama o garçom e pede outro café
E revive em pensamentos o último encontro,
Já não tarda que se consuma
O findar daquela espera que atravessou por anos
E como que tomado de incontrolável ansiedade,
Acende o cigarro, o quinto em menos da primeira meia hora.
Olha o relógio.
Passa do primeiro horário acertado
Pede já o oitavo café
E o garçom, confidente de histórias escondidas de terapeutas,
Já não espera novo pedido, deixas sobre a mesa o bule Argentum.
Outro cigarro.
Passa uma sílfides,
Porém, tomado de cegueira periférica
Não repara na Venus que passeia
Espera, e assim ficará até que se dê o tão esperado encontro.