Maculada (in)consequencia
Se a minha voz não vai bater na sua cara,
tenha certeza, irei continuar falando.
Falarei, até que não haja fôlego em meus pulmões, e não importa que eu esteja falando sozinho. Basta que eu não me cale.
O preto da sombra de tua sujeira não remete ao preto de voz alegre que canta à menina e samba sorrindo o batuque da vida. E nem deveria.
Sou demente, azul barão ou verde pobretão, a um primeiro contato não faz muita diferença, afinal também posso opinar.
E tinha eu vontade
De escrever a vida em linhas
A alegria que me traz um fim de tarde
Pra depois ser ignorado até por minha madrinha.
Não parte só de você. Parte de mim, principalmente de mim, que sou culpado porque ainda me importo.
Então me ouça, só uma vez: vou continuar falando, que o branco pano que te esconde, remete ao branco sorriso do branco sentado em cima dos meus valores.
E deveria te causar enjoo, assim como causa em mim.
No final de tudo, o que conta é o que sei:
O preto da minha pele, não remete ao preto que mancha a imagem maculada de tua (in)consciência.
E nem deveria!