NO SEMÁFORO
E no semáforo
Carrões e motoristas estressados param
Malabaristas infantis no circo urbano
Mostram sua arte por ingresso sem preço fixo
Motoristas estressados e pensamentos alheios
Não reparam à frente aqueles artistas imberbes e famintos
E no pulso relógio de grife mais que cara
Eles exibem como quem mostra feliz o primeiro filho
E não querem saber daquelas crianças que lhe roubaram a infância
E olham no Rolex os segundos que faltam
E arrancam com seus carrões
Para seus mundos fechados.