ENTARDECER

Um dia eu hei de acordar,

Com o perfume das flores, com o olhar da lua, terno a me fitar

Um campo florido tão longe, devagar caminhar

cabelos revoltos, ao vento desenham açucena

O seio arfante, contornos das ondas do mar

Devagar, com pés descalços eu hei de trilhar

o sol dos teus olhos, copa altiva de árvore frondosa

berço que embala e acolhe

o canto dos pássaros, o gemido do vento, o sussurro da noite...

Neste caminho os pés nao ferem nem a voz embarga

Ouve-se apenas o farfalhar das vestes, adornadas com pérolas

Cristais reluzentes a entoar arco-iris

emolduram o corpo de lava incandescente,

adornam os lábios róseos como corais encravados no mais profundo mar...

Num céu coberto de pétalas brancas que se abrem e voam

povoam sentimentos, retratos do que se foi e não vivi...

Cerra a cortina dos olhos as muitas águas... Empalidece a tarde o tom amarelado de um sol que se põe, rendendo-se à longa espera dos dias dourados, ilusão bucólica de sonhos juvenis...

Sandra Vilela (Eternellement)
Enviado por Sandra Vilela (Eternellement) em 18/11/2011
Reeditado em 18/11/2011
Código do texto: T3343123
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.