Entre Ondas
Pular ondas, que sempre pulamos e, de repente, escorregamos, vamos ao fundo e nos enchemos, atordoados, de água salgada...
Nos sentimos, mesmo com os pés a seguir no chão, momentaneamente afogados, desnorteados em corpo e espírito...
A água salgada expelida, parece nos queimar por dentro, saindo como que rasgando o nariz e a boca, enquanto os olhos se avermelham...
Uma fração da vida nos dá como retorno uma sensação de eternidade desequilibrada, numa busca de retorno à identidade...
Sofremos com as inércias impostas e com a impotência diante dos imprevistos por mais que possíveis quando próximos...
Enquanto na vaga sobram lembranças, entre ondas, inconsciência de saltos e sobressaltos...
Nos revemos ao Sol, entre nuvens que ao vento deixamos ir a cada dia, que vêm e vão como ondas...