[E Gira a Roda, e Segue a Vida...]

[Fragmentos - a descontinuidade é a essência]

Sim, na calçada, flores pisadas,

mas nenhum ramo partido ou quebrado, nada...

nada se perdeu, e não há nada entitativo,

nenhuma abstração a me consumir o olhar.

Irônica, gira a roda; as flores caem soltas,

sem compromisso, sobre o muro...

E o muro, sem alternativa além de estar,

apenas fica florido, todo florido...

E tudo pesado, todas as ambições gastas,

chorado todo o estoque de mágoas irremitentes,

segue a vida infrene, como sempre...

[... e gira a roda risonha e louca, louca...]

... E ainda bem que já vai se acabar:

hoje, de certa forma, já é ontem.

E por que não há nada mais interessante

para fazer, a gente vai vivendo, vivendo

sem poder parar, e sem nunca chegar!

[Desterro, 13 de novembro de 2011]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 13/11/2011
Reeditado em 13/11/2011
Código do texto: T3333788
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.