QUEM TEM BOCA DIZ O QUE QUER...
Quem tem boca diz o que quer
Quem tem mão afaga ou apedreja como convier
Quem tem caneta escreve o que deseja
Quem tem voz ora canta, ora rumoreja.
Quem tem dinheiro compra o que quer
Quem tem viço busca homem ou mulher
Quem não tem nada disso vira purpurina
Some na crina do cavalo alado...
Quem tem boca vaia Roma. De Roma só a romã me interessa pra minha garganta que canta não ter pressa. Quem tem burro suba nele, quem não quiser vá de cabriolé. Siga o caminho do tempo avesso que o anjo não é o começo da liberação do pecado mortal. A moral está dentro da mala, o moral está na sala de estar. Esteja onde estiver de burro ou de cabriolé, a vida segue o rumo dos ventos. Com ventos, segue a vida carregada de cambiteiros em busca de um canto para cair vivo. A vida está mais pra quem não cai morto, pois o horto está absorto em cada esquina dos sonhos desvanecidos em solidão.
Quem quiser comparar o hoje, não se debruce sobre o ontem. O tempo se destempera em cada semente de algodão que desabrocha ou em cada grão de milho que vira pipoca. Quem quiser que se escandalize com a vida, pois a vida não se escandaliza por si mesma. Um toca flauta, outro sanfona, outo clarinete. Um toma chá outro sorvete. Um gosta de pressão outro de colchete. Um sobe outro desce, um amanhece enquanto outro anoitece...
Anote
Anoite
Açoite
Há noite
Amém
Amem
Que do amor nunca sobra resto
Que não há amor no cabresto
Que não há ardor no protesto...
Que não há protesto sem causa e causa medo o degredo do amor em revoada. Adiantem o relógio que o tempo não quer se encontrar com os ponteiros da morte. Marte é planeta vermelho, vênus é camisa da lascívia venial. Estátua magistral do amor fresco despetalado no pé da escada da ultima avenida pura. Pura beleza da festa erudita em que a lady inglesa se despiu em pelos só pra contrariar a moral vigente. Já vi gente gargalhar distante vendo o sol sem semblante e vendo semblante sem sol passeando pela lua.
Lua branca de encantos mil
De fulgores mil
De rancor hostil. Hóstia que o sino não sinaliza nem a batina do padre batiza em plena sexta feira santa. Dominus, dominus. Domínio da encarnação profana que a vaca nunca se convenceu. Vaca atolada em sísmicos de leites enlatados convertidos em pó. Oh lua branca onde estás que não respondes
Onde está a rua, que fim levou meu bonde...
Onde estás que não respondes,
Onde estás? Em que noite te escondes?
Quem tem boca diz o que quer
Quem tem mão afaga ou apedreja como convier
Quem tem caneta escreve o que deseja
Quem tem voz ora canta, ora rumoreja.
Quem tem dinheiro compra o que quer
Quem tem viço busca homem ou mulher
Quem não tem nada disso vira purpurina
Some na crina do cavalo alado...
Quem tem boca vaia Roma. De Roma só a romã me interessa pra minha garganta que canta não ter pressa. Quem tem burro suba nele, quem não quiser vá de cabriolé. Siga o caminho do tempo avesso que o anjo não é o começo da liberação do pecado mortal. A moral está dentro da mala, o moral está na sala de estar. Esteja onde estiver de burro ou de cabriolé, a vida segue o rumo dos ventos. Com ventos, segue a vida carregada de cambiteiros em busca de um canto para cair vivo. A vida está mais pra quem não cai morto, pois o horto está absorto em cada esquina dos sonhos desvanecidos em solidão.
Quem quiser comparar o hoje, não se debruce sobre o ontem. O tempo se destempera em cada semente de algodão que desabrocha ou em cada grão de milho que vira pipoca. Quem quiser que se escandalize com a vida, pois a vida não se escandaliza por si mesma. Um toca flauta, outro sanfona, outo clarinete. Um toma chá outro sorvete. Um gosta de pressão outro de colchete. Um sobe outro desce, um amanhece enquanto outro anoitece...
Anote
Anoite
Açoite
Há noite
Amém
Amem
Que do amor nunca sobra resto
Que não há amor no cabresto
Que não há ardor no protesto...
Que não há protesto sem causa e causa medo o degredo do amor em revoada. Adiantem o relógio que o tempo não quer se encontrar com os ponteiros da morte. Marte é planeta vermelho, vênus é camisa da lascívia venial. Estátua magistral do amor fresco despetalado no pé da escada da ultima avenida pura. Pura beleza da festa erudita em que a lady inglesa se despiu em pelos só pra contrariar a moral vigente. Já vi gente gargalhar distante vendo o sol sem semblante e vendo semblante sem sol passeando pela lua.
Lua branca de encantos mil
De fulgores mil
De rancor hostil. Hóstia que o sino não sinaliza nem a batina do padre batiza em plena sexta feira santa. Dominus, dominus. Domínio da encarnação profana que a vaca nunca se convenceu. Vaca atolada em sísmicos de leites enlatados convertidos em pó. Oh lua branca onde estás que não respondes
Onde está a rua, que fim levou meu bonde...
Onde estás que não respondes,
Onde estás? Em que noite te escondes?