Euq aboic - a pesar da fama
Parecia-me tão familiar.
Era só nisso que conseguia pensar durante aquele breve instante entre permanecer sã e transformar-me em desvairada.
Não quis pegar-lhe pela mão. Achei que chamaria demasiada atenção se o fizesse. E sem entender ainda hoje o porquê, ele cedeu-me o pedido.
Mentira.
Serei sincera.
Obedeceu-me os olhos insanos.
Avisei-lhe que me despiria a fim de comprovar o nada público de minhas intenções. Não pensava em que ninguém soubesse daqueles meus instantes.
Jamais havia pensado.
Em nenhum dos sonhos que antecederam àquele - o real.
Passou-se muito tempo, mas a pergunta veio. Me decepcionou.
Respondi que nunca fiz planos.
Contudo sentia com toda a clareza o que eu queria.
E não era nada. Era pousar a cabeça em seu colo, era tocar-lhe o rosto, o cabelo.
Era pouca coisa. Era dar-lhe a mão ao caminhar, era ouvir-lhe uma bobagem dessas das quais se ri muito sem explicação.
Era muito. Era intimidade. Era tudo.
Não me deu. Decepcionei-me.
Mentira.