Então Almitra falou novamente e disse:
E quanto ao casamento, Mestre?
 
E ele respondeu, dizendo:
Nascestes juntos, e juntos ficareis para sempre.
Estareis juntos quando as asas brancas da morte acabarem com os vossos dias.
 
Ah, estareis juntos mesmo na memória silenciosa de Deus.
 
Mas que haja espaços na vossa união e que os ventos celestiais possam dançar entre vós.
 
Amai-vos um ao outro, mas não façais do amor uma prisão; deixai antes que seja um mar ondulante entre as margens das vossas almas.
 
Enchei a taça um do outro mas não bebais de uma só taça.
 
Parti o vosso pão ao meio mas não comais do mesmo pão.
 
Cantai e dançai juntos, mas deixai que cada um de vós fique sozinho.
 
Como as cordas de uma lira estão sozinhas embora vibrem ao som da mesma música.
 
Entregai os vossos corações mas não ao cuidado um do outro.
 
Pois só a mão da Vida pode conter os vossos corações.
 
E ficai juntos mas não demasiado juntos:
 
Pois os pilares do templo estão afastados, e o carvalho e o cipreste não crescem à sombra um do outro.

 
 
                                  &A&

 
Do livro “O Profeta”  (sem indicação de tradutor)
 
Créditos:

http://www.clube-positivo.com/biblioteca/pdf/profeta.pdf




Khalil Gibran (República do Líbano)
Enviado por Helena Carolina de Souza em 09/11/2011
Código do texto: T3327098