Na espera o frio impera.
Na espera o frio impera.
Quem ama suga do tempo até a última gota.
Faz da espera, derradeiro ninho de encanto,
como do leite da mãe a criança suga afoita,
a saciar a fome como alimento sacrossanto.
Assim como quem ama vive a gota da espera.
Bem como um beduíno sedento, oásis enxerga,
na ilusão, que refrigera sua árida caminhada,
em plena trilha inóspita desértica ele suplica,
pelo fim do martírio de tão longa jornada.
Quem não sabe esperar não vive este amor.
Eximiu-se de suportar, viver toda emoção,
pois esperanças beduínas criam o sonhador,
que supera as adversidades como sua missão.
E são longas estas noites da espera infinita,
que o corpo já mareado enfrenta a mente,
que ainda ali em ultimo suspiro dormita,
nossos silenciosos desejos alucinadamente.
Quisera esta agonia fosse apenas um lampejo,
já que na espera às vezes adormece lentamente,
na sonolência que deixa no corpo aquele latejo,
quando vê a madrugada que cai tão suavemente.
Toninho.
30/10/2011