Ora sim, Ora não



Na verdade não parecia ser meu coração que doía. Era um pouco mais que isso. Todas as minhas vísceras eram solidárias e doíam em conjunto.

Eu não sentia borboletas no estômago enquanto esperava pela resposta que não vinha. Pareciam-me milhões de pássaros famintos que tentava desesperados, sair em revoada de de dentro de mim.

Seria um parto. Um parto múltiplo. Um parto antagônico. Dele morreria a ansiedade que estava consumindo-me já não tão lentamente.

De repente, a tosse engasgada. E nem ela era capaz de satisfazer a necessidade de ficar bem, de estar bem, de voltar a sentir-me bem. Tudo era uma questão de alguns passos.

Ele estava de costas para mim, observava pela janela.

Botei maior atenção. Seus gestos eram muito firmes e imprevisíveis. O pêndulo que equilibrava a certeza oscilava.

Quase meio dia indicavam os ponteiros.
Expressividade em seu semblante:
Ora sim, ora não.


                    


                                      ***imagens google***
AndreaCristina Lopes
Enviado por AndreaCristina Lopes em 08/11/2011
Reeditado em 09/09/2012
Código do texto: T3323479
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