Deixei meu cheiro...

O céu daquele lugar

Nunca mais será o mesmo,

Por que lá pus meus pés alvos,

Por que lá deixei metade de mim.

Deixei meu cheiro impregnado

No que vi,

No que senti,

No que toquei.

Pedi ao vento

Que levasse meu cheiro

Onde seu corpo situa,

Ele voltou dizendo não te encontrar.

Por onde anda?

Por que se esconde?

Para quê tanto medo?

Já exilei vários dragões

Que tentaram podar-me,

Queimar minhas certezas...

Exílios também.

Entristeço quando penso

Que duas pessoas

Não podem ser felizes

Apenas por um triz.

Arrependo-me do que não fiz...

Hoje a ousadia me veste,

Sou única!

Não tenho tese.

O alheio não impregna

Meus traços...

Dou meus passos largos

E vou longe...

Rejeito sem trauma

Os pobres de alma,

Os frios por opção,

Os incrédulos de perdão.

Faço juras absurdas,

Falo com o olhar,

Me desespero.

Choro um rio de água salgada,

Mais não me omito, eu vivo!

Seus olhos são espelhos, me vejo.

Quando minha imagem exótica

Pula para seus olhos,

Tenho certeza, provoco um auê.

Camila Senna
Enviado por Camila Senna em 07/11/2011
Código do texto: T3321879
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.