Deixei meu cheiro...
O céu daquele lugar
Nunca mais será o mesmo,
Por que lá pus meus pés alvos,
Por que lá deixei metade de mim.
Deixei meu cheiro impregnado
No que vi,
No que senti,
No que toquei.
Pedi ao vento
Que levasse meu cheiro
Onde seu corpo situa,
Ele voltou dizendo não te encontrar.
Por onde anda?
Por que se esconde?
Para quê tanto medo?
Já exilei vários dragões
Que tentaram podar-me,
Queimar minhas certezas...
Exílios também.
Entristeço quando penso
Que duas pessoas
Não podem ser felizes
Apenas por um triz.
Arrependo-me do que não fiz...
Hoje a ousadia me veste,
Sou única!
Não tenho tese.
O alheio não impregna
Meus traços...
Dou meus passos largos
E vou longe...
Rejeito sem trauma
Os pobres de alma,
Os frios por opção,
Os incrédulos de perdão.
Faço juras absurdas,
Falo com o olhar,
Me desespero.
Choro um rio de água salgada,
Mais não me omito, eu vivo!
Seus olhos são espelhos, me vejo.
Quando minha imagem exótica
Pula para seus olhos,
Tenho certeza, provoco um auê.