Onírico.

Me eleve e conduza-me ao ápice de um luar. Fazendo do escarlate um desejo, que flutue

e paire como bruma intensa nos limites da razão. Para que todo sentido seja desconexo, e o nosso

reflexo trafegue na máxima amplitude. Algo que só se explique como truque. Como mágica, a magia

da paixão. Aquele ponto um pouco além do desconhecido. Um pouco abaixo da linha do horizonte.

Um pouco acima da estrela mais distante. Aonde minha alma dissonante, se equalize com teu espírito

alucinante. E então que identidades e características soem tão distantes, como toda lembrança,

que não deseja ser lembrada. Alguma coisa esquecida no caminho. Pegadas de um momento

que passou, não importa mais. A densidade do sonho, pesando muito mais do que a realidade.

Nós um pouco após da eternidade.

Gerson F Filho
Enviado por Gerson F Filho em 30/12/2006
Código do texto: T332081