No fim de todo ruído há um pote de mel
Pode até não gostar do que vai ouvir, mas entreguei-me à raiva hoje. Não tem ninguém aqui comigo que possa me fazer voltar atrás ou dizer: Quer parar??!
Já fui... Corpo, alma e toda fúria que couber no tempo de conter esta libertação. Sabe que nunca gostei de definições cravadas e cheias de si, mas esta arrebentação é a que mais se parece comigo. Estou dela e ela me possui!
Ando pelos metros quadrados de mim; quase círculos, a procura de espinhos que me perfuraram. Vasculho jasmins e os devoro, como se pudesse deles fazer um ramalhete tão cheiroso quanto promessas de amor sem fim... As mesmas que jurava fossem verdadeiras; mas tão daninhas... Tão não minhas!
Arranco do meu centro a força de entender quão diminuta me fiz para estar uma vez mais diante do teu ego predador. Não há o que me salve desta estupidez, ela já se fez embrulhada em cetim e devolveu-me embrionária! Aponta-me com punhos toda pequenez insustentável dos labirintos e descaminhos.
Entreguei-me aos estilhaços!
Ouço as batidas ensurdecedoras dos meus pés pisando interiores e os murros da inquieta esperança que brotaram em mim, lá estão como chicotes a ovacionar os erros. Eu os belisco em cada célula!
Estou partida... [Onde me sobra recomeço nestas fatias?]
Grito tão alto a sós que já me posso multidões, me posso infinitas vozes; me torno ecos!
Não, não há mais o que em mim se enverga nessas raivas inflexíveis! Que venham então as fraturas deste fel, os trancos robustos no rosto da falha; mas que me salvem lágrimas curativas de onde me sei ainda intactas, lavando a via Láctea de amanhãs sonhados num carrossel.