Olho para trás...
Vejo...
Me vejo...
Sou apenas uma imagem,
mera miragem.
De repente redescubro,
a essência
da presença
de tudo que já fui.
E minh'alma intui
os passos errados,
que foram e que serão dados
em estradas sem fim.
Em sonhos desmoronados,
sou escombros de mim,
sou o pouco do muito
que um dia já existiu.
Olhando para trás,
vejo a imagem
e me reconheço.
Aquela ali parada,
no meio da estrada,
acenando,
se despedindo,
dizendo adeus sorrindo,
avisa que uma fase acabou.
Então compreendo.
e nova, de novo, me faço.
Olhando ainda mais para trás...
vejo outras,
dezenas de mim
que existiram
e partiram.
Sou camadas
que se despem da emoção,
vestem a razão e partem...
Viro... sigo em frente...
Abandono essas outras de mim,
e me empurro para as asas do tempo...
À um tempo de cor carmim,
com gosto de maçã.
É o ciclo da vida, enquanto há vida...
que me leva à um eterno amanhã!
Israel dos Santos
Ora, ora, vejam: mea culpa, agora!
Tempos, espelhos, imagens ...
Mas, por que, minha senhora,
ocorrem-te repontar tais miragens?
No que me concerne,
pois, penitente te imploro
que no peito se interne
a certeza de que te adoro,
Tanto, qu'um dia, assim, a esmo,
juro que vou telefonar
p'ra dizer-te, eu mesmo,
do desejo de te clonar.