Nostalgia Para Renoir
Ele se sentava no fogão à lenha, com o gato no colo. Não era claro, quem ali acariciava quem, diante da chama que ardia ao passo que iluminava feições tão inocentes.
Da janela, o parapeito que se podia observar observar o horizonte e ouvir o insistente cantar dos galos. Junto à renitente melodia galinácea, era o assovio descompassado emitido pelo garoto que se somava aos barulhos da lenha estalando o fogo.
E o vento soprava, sutilmente levantando poeira, balançando folhas e roupas no varal, circunscrevendo a insignificância da nítida ou vaga noção do tempo. Este que, diante da grandeza da pura essência do existir, não passaria de um amontoado de ponteiros que soam, sussurram e se somam ao barulho dos galos, dos galhos, da labareda, do assovio, do descompasso...