Um conto de amor...
Desde bem pequenininha, corria sozinha as ruas, as vielas, os becos, os guetos de Sapri, cidadezinha da Itália, onde nascera, para ajudar os pobres, os lapidados, mutilados da guerra . Queria servir, queria ajudar. Queria ser uma criança de Jesus. Levar “alimento” a todos os famintos da terra! Cresceu, estudou , se aperfeiçoou na Palavra, no evangelho de Jesus. E entendeu que, sem viver esta palavra, , tudo cairia no oco, no vazio, no poço da hipocrisia ... Ainda jovem , impelida pelo ardor missionário, joga as redes em mares profundos, atravessa o mundo, e vem para o Brasil para cumprir a sua missão. Aqui encontrou terreno fértil...muita injustiça, muita pobreza .Então, semeia, em terras brasileiras, com muita esperança e fé, a semente do amor. E em 1958 funda, com as bênçãos de Maria, a proteção de São José e a caridade de Dom Geraldo Fernandes-- à época Arcebispo de Londrina-- a Congregação --“ Missionárias de Santo Antonio Maria Claret”. -- Uma missão santa, abençoada, nobre! Que exigiu sacrifícios, muito trabalho , sabedoria. Mas, a Madre sabia, com força e determinação, com bondade e alegria, cuidar de seu rebanho . Aliada às irmãzinhas abnegadas, corriam estradas, comiam às vezes, nada, para alimentar o pobre, o indigente. E assim seguiam em frente, cuidando do carisma, com as mãos sempre abertas, em estado de alerta, e um belo sorriso no olhar....marca que abriu os caminhos do sucesso de seus projetos. Não havia pra ela desafetos, impedimento, nem tristeza, nem lamento. Havia trabalho, alegria e muita disposição, que garantiam o sustento de sua missão. Que garantiram o desenvolvimento e a disseminação desta semente nos cinco continentes. Havia também o silêncio, a contemplação, de onde extraía, toda sua energia, toda sua espiritualidade. Não havia para Leônia, trevas , havia um claro lúmen , das estrelas, havia o sol, havia o sal. Com amor irradiava luz por onde passava. Com o sal temperava o cardápio do dia: a Palavra de Jesus!
Em um dia lindo, sob o céu azul de inverno, Deus recolheu-a . Precisava de santas para livrar as almas das trevas! Leônia Deixou escorrer seu sangue quente no asfalto frio, gélido...... deixou seu sorriso vivo no coração da missão. Deixou o brilho do seu olhar tatuado no olhar da congregação... hoje muitos milagres estão aflorando, por sua santa intercessão... enquanto aguardamos com esperança, o desabrochar do reconhecimento de sua santidade pelo Vaticano ... quem sabe teremos este presente de Deus em 2013, quando se comemora o seu centenário? Apenas um desejo ardente de quem ama profundamente esta mulher santa que aqui passou fazendo o bem, acreditando que o amor vence sempre, ainda quando o som desafinado se apodera das batidas de nossos corações...
Benvinda Palma