corpo e canção
"De que vale a alma
quando o corpo
é a harpa que nos fala?
(...)
Mas, agora
não tenho história
tenho memória
e passos andarilhos
que não conhecem
o caminho."
Maria Helena Sleutjes
Tanges minhas cordas mais esticadas no tempo. E se não há cordas vibras diapasão. Me desandarilho, - me desarolho - enfim tu tocas essa sua música... de passos dançarinos, andarilho pensar de caminhos inéditos ou mesmo no meu chão cansado e a_batido de poeira seca esfumaçando a visão de quem se andarilha só e perdida, e agora é essa memória que tu inventas, constrói e reconstrói como novos sonidos nas cordas vibrantes de uma harpa, memória de ser corporal, entoada como um mantra de palavras que cifram o que. Os passantes a esmo entram na sua varanda de serenatas e cantigas, aí tu poeta tocando a mais doce e suave canção dos tempos mais duros, espigados e sem história ninam nossos berços de agonias e solidões. Não é preciso história só essa canção que o corpo desenha como nuvem na travessia do deserto.