DANÇA DA SOLIDÃO
Essa companheira silenciosa
que tantas vezes camuflo
hoje resolveu cutucar-me.
Respondo lhe com movimentos trôpegos,
e convido a incômoda parceira pra dançar.
Num salão escuro, um violino abre meu peito,
e a lágrima rola derrentendo a máscara.
Mais um giro e a emoção ganha espaço,
me embala pra dentro para um profundo abraço.
Uma brisa nova sopra, embalando outro passo,
dele aos poucos crio um novo compasso
A sala se amplia e ao fundo percebo sua constante companhia.
Então, de luz acesa espanto a senhora tristeza, aceito o encontro adiado.
Solidão, desculpe por não ter lhe dado atenção.