Perdas que geram perdas

Minha alma já não suporta mais a dor de não o ter comigo.

Parece que faz tempo , mas o tempo ficou no esquecimento , e os ponteiros do relógio pararam mais uma vez.

Congelaram sua alma , sua voz , seu cheiro de eterno dentro de mim.

Você me matou novamente, sufocando meu ego com a lembrança de um dia eu ter lhe pertencido.

Nefasto tempo , nefasta hora em que ressurgis fantasma do amor.

Incendiais minha alma com a chama da loucura, estou possesso, teu espirito luta dentro de mim, consumindo a sanidade que ainda me resta.

Sou o louco que vaga entre o tempo buscando por aquilo que que me tiraste: a alegria de viver.

Tristes memórias atiradas ao vento, assim como eu , condenadas ao esquecimento , como uma maldita folha seca levada pela brisa da desilusão,definhando lentamente... , inerte... , imóvel...

Meu corpo está submerso na banheira, gotas de sangue pingam do extenso corte de meus pulsos,tingindo a água com um vermelho sedutor e demoníaco.

Cada gota é um lapso do que vivi , do que senti , do que fui,tudo se resume a isso : um golpe de punhal e apenas um cadáver e sua decadente história.

Meus olhos quase que totalmente fechados estão submersos, estou afogando-me em meu próprio sangue, em meu próprio desespero, esperando por quem não virá.

Doce tormento és tu oh anjo da morte!busca-me , leva-me, jã não pertenço a este lugar.

És chegada a hora de dormir doce criança enganada pela vida , a morte não te engana , és negra dama que os teus olhos vendais.

Já não respiro mais, já não sinto mais o gosto do sangue em meus lábios,estou liberto , liberto da vida , liberto de você.

Do alto vejo o estrago que causei, um punhal, um cadáver e um bilhete, maldita trama em que envolveste destino.

Eterna espera , eterno sofrimento , és aqui padecer até meu corpo apodrecer e meu espirito descansar.

Corvo de Poe
Enviado por Corvo de Poe em 02/11/2011
Código do texto: T3313483
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