AMORES

Que o amor perdure como o próprio tempo, que se renove, se traduza se multiplique que seja rasurado, colado ou desenhado. Que o amor envergue a cor do momento ou do passado, seja ele qual for, mas que seja verdadeiro esse amor. O amor não enfraquece, deixa correr o tempo e com ele o nome do momento, Júlia, Ana, Maria ou Jaqueline, quando chega o amor o nome é só um favor. O amor não é rabugento, não é lento, ao contrário, às vezes vem com o vento. Vem de mansinho, de vagarinho, caladinho, chega e faz moradia, ali se estabelece, cresce e floresce. Nunca não existe, diante de um verdadeiro amor, diante dele nada resiste. Ora bolas morre o corpo, a estampa, a matéria vai-se, transforma-se, mas o amor vive na memória, no pensamento, na alma, na história. Um amor pela pessoa, pelo sofrimento, pela lágrima, pela paz, nunca fugaz, seja porque, por quem, eterno amor de ninguém, porque o amor nasce da vida de qualquer pessoa por qualquer pessoa, por qualquer que seja o objeto, amor só tem afeto, meus ou seus, eterno amor que vem de Deus.