Capice?

Aqui, um domingo maravilhosamente ensolarado. Não que eu tenha preferência e admire um dia apenas pela aparência, porque adoro quando ele nasce nublado ou eu seja, à madrugada, acordado pelo som dele ao chuveiro tomando banho para amanhecer bem limpinho e abrir mais uma porta do caminho, sem nos contar se será somado ao primeiro ou se não será nosso, porque derradeiro.

“Cada novo dia que aumenta o nosso viver o diminui porque nos aproxima do que chamam perecer”. “O exato ponteiro que nos dá mais uma hora, a retira da distância temporal do ir embora”.

A vida e a morte são feitas da mesma essência. São dois pratos da mesma natural balança. Os dias que pesam ao velho são os leves da criança. É por isto que os idosos retornam à inocência e a causa se transforma em conseqüência.

A cada sétimo da mesma semana o tempo apenas nos engana trocando de nome e mudando de forma. Como a Alma, que aos corpos governa, vai cumprindo as ordens da divina norma, mudando de nome e de compleição e, por ser ela, como o tempo, eterna, um dia é Sara, que já foi Adão.

O mais lindo da Alma volver secreta em novos nome e morfologia é que ela não esquece e nalgum novo dia, quando encontrar, vai reconhecer a outras com quem conviver, talvez por “sim” ou antipatia. Se for por “anti” é que nos judiaram. Quando por “sim”, é que nos amaram.

É esta a grande Magia que responde e dá respaldo ao especial Amor de Aldo por Maria e ao incompreensível dela pelo Aldo: É que as duas Almas têm “tempo-conjunto”... E amoroso saldo.

Aldo Urruth
Enviado por Aldo Urruth em 31/10/2011
Reeditado em 31/10/2011
Código do texto: T3308949
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