Alguns poemas-em-prosa ou Pequenas prosas-poéticas
São Paulo, 24/07/11
Para o filósofo, a poesia é resposta. Para o literato, forma e conteúdo. Para o linguista, expressão do pensamento. Para o autor, um refúgio. Para o leitor, um porto seguro, um sentimento correspondido.
São Paulo, 4/08/11
Voe, voe e siga o vento. O pó em ar. Descarrilhe, siga o caminho fora do trilho. Largue o timão e deixe as águas seguirem o seu curso. Não rompa. Sejamos livres. Livre. Liberdade. Esqueçamos o tempo. Larguemos o relógio encadeado.
13/08/11
Um poema sempre é uma lágrima de tristeza, um suspiro de alívio ou uma gota de sangue de uma luta ferida, que compõem o poeta. Utilize-se de seu sopro de carbono, poeta, para misturar sua lágrima com sua gota de sangue. O resultado será a mais verdadeira poesia.
16/08/11
Nossas conversas são desencontradas, curtas e inacabadas. Tudo por causa da indecisão do tempo corriqueiro à espera de uma resposta certa. A ansiedade e a esperança são sentimentos desprezíveis que me consomem e tomam conta do meu ser. E o teu silêncio nutre um torpor dentro de mim que, assim como uma droga, alucina-me, e depois, angustia-me.
17/08/11
As palavras não podem ser desprezadas em diálogos incertos e cheios de medo. Nessas horas, remeto-me ao silêncio, mesmo que as palavras implorem tinta. Registro! Registro em papel do meu silêncio. Do teu silêncio. Do nosso silêncio que conversa entre-olhares.
14/10/11
Resolvi escrever
um poema religioso .
Mas não vou defender
nenhuma divindade, tão pouco
um trecho sagrado.
Apenas vou dar este poema
por encerrado com um amém:
Assim seja.
22/10/11
Não existe uma única escolha. Não me venha com essa história de Destino. A vida é a resignação das consequências das ações que tomamos, racional e irracionalmente no dia-a-dia.