E que ninguém duvide
E que ninguém duvide
que tenho a poesia
no sangue e na alma
mais no sangue que na alma.
E que ninguém duvide
que EU consiga expressar
aquilo que pretendo
a poesia existe no meu sangue
mais a minha alma a segura
a segura por covardia.
E que ninguém duvide que é
Por medo de sucumbir à vaidade
aos elogios dos meus pares
de poucas almas, que me reconhecem
como irmão, no sangue e na poesia.
E que ninguém duvide
ser poeta nunca foi minha
maior obsessão.
Nasci para o anonimato
não para a glória
nem mesmo a póstuma.
Que ninguém duvide
não quero ter seguidores
nunca serei santo nem palhaço.
Mas se a vida me trouxe até aqui
ao panteão dos descontentes
serei eu poeta e visionário
de um futuro que o passado
me fará esquecer.
Que ninguém duvide
que eu tenho uma alma
que sangra...
e que meu sangue jorrar
sobre o pó improdutivo
para que a poesia nasça.