CISMANDO...
Pelas janelas do carro,
a paisagem corre apressada
diante de meus olhos
e desisto de apreciá-la.
Fico apenas com o vento forte
que emaranha meus cabelos
e sibila em meus ouvidos
barulhos e sons que não decifro...
Mas este mesmo vento enigmático
acarinha -me os ombros, o rosto...
Como faz o Poeta com as palavras
do seu versejar - sempre lindas –
mas, muitas vezes, difíceis de decifrar...
Ao lê-las invejo para quem são feitas
e a cismar fico a me perguntar:
A dona de tanta beleza valoriza o que recebe?!
Este presente raro a faz sonhar?!
A aquarela de cores cintila o seu mundo?!
Às minhas cismas não tenho respostas.
Não os conheço...
Mas não é importante eu saber ou não
pois não entendo a verdade da despedida...
Sou só uma leitora fiel a quem
não foi ofertado um Poema publicamente
como esses, publicados pelo Mundo...
Maria Emilia Xavier