CISMANDO...

Pelas janelas do carro,

a paisagem corre apressada

diante de meus olhos

e desisto de apreciá-la.

Fico apenas com o vento forte

que emaranha meus cabelos

e sibila em meus ouvidos

barulhos e sons que não decifro...

Mas este mesmo vento enigmático

acarinha -me os ombros, o rosto...

Como faz o Poeta com as palavras

do seu versejar - sempre lindas –

mas, muitas vezes, difíceis de decifrar...

Ao lê-las invejo para quem são feitas

e a cismar fico a me perguntar:

A dona de tanta beleza valoriza o que recebe?!

Este presente raro a faz sonhar?!

A aquarela de cores cintila o seu mundo?!

Às minhas cismas não tenho respostas.

Não os conheço...

Mas não é importante eu saber ou não

pois não entendo a verdade da despedida...

Sou só uma leitora fiel a quem

não foi ofertado um Poema publicamente

como esses, publicados pelo Mundo...

Maria Emilia Xavier

Maria Emilia Xavier
Enviado por Maria Emilia Xavier em 25/10/2011
Reeditado em 25/10/2011
Código do texto: T3296432
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