O barulho intermitente do motor... horas a fio na estrada... o corpo sentado, sem direito a muito movimento e o pensamento travesso a aproveitar-se dessa inércia, sai a vagar.... traz consigo quando volta o perfume doce e delicado daquelas noites às margens do rio... céu estrelado... vento frio a insistir que era hora de abandonar o pequeno cais, mas meu corpo não sai do lugar... quer ficar ali, envolvida naquela névoa fina e perfumada que sai do rio e se mistura à silhueta silenciosa a contemplar num meio sorriso, talvez o horizonte que se apaga a poucos metros dali...
Olho pela janela do ônibus e vejo quase surpresa, aquele sorriso estampado em mim...
As horas passam lentamente e eu agora, empurro delicadamente o meu pensamento para fora de mim... que mais trará ao voltar?...