Diz-me que vai ficar para sempre
 que eu acredito nas mentiras que o tempo contar.
 Que os ponteiros estão avançando
 em direção ao momento do nosso encontro;
 não regredindo levando-te para longe de mim.
Permita-me ser ingênuo; pelo menos por hoje
 queria voltar a ser criança novamente,
 para ver o mundo através do meu binóculo mágico
 e poder ver as coisas de outra forma;
 não com a deformidade como se apresentam.
Mas meu brinquedo perdeu a magia, e só o que sobrou...
 foram lentes que mostram a triste visão das entranhas do mundo.
 Um lugar violento onde não se nutre mais amor pelo próximo.
Onde a brutalidade leva à depressão, reclusão e medo;
Onde as bocas não mais proclamam palavras de esperança.
 E tudo o que se diz transforma-se no Prólogo
 De uma tragédia que tem por ápice o escárnio,
 e as despedidas são feitas com agouros
 no intento de que o epílogo venha a ser tão catastrófico
 quanto todo esse encenar do drama que é a vida real.
 


Um mundo onde Peter Pan cresceu e não pode mais voar, pois não acredita mais em sonhos e Dom Quixote deprimiu-se ao ver seu reflexo na vitrine de uma loja, a triste visão de um velho louco e solitário equiparada à de um jovem desiludido; e assim terminam os contos de fadas, isso é o que vem após o “E viveram felizes para sempre”.
Roberto Codax
Enviado por Roberto Codax em 19/10/2011
Reeditado em 06/11/2011
Código do texto: T3286695
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.