FUCKIN' GOAT!
Escrevo e tremo
Não sei se de frio ou de ódio.
Meus dentes rangem
Não sei se de frio ou de ódio.
Esse mundo poderia ser diferente.
Essa porra de Deus que vive na boca dessas filiais ambulantes do diabo poderia fazer alguma coisa.
Mas é claro que ele não pode fazer.
Ele não existe.
A merda do ser humano dissimula sua mendacidade fiando-se à Vontade de uma ilusão.
Não sei se mato ou se me mato.
Se rio ou se choro.
Se corto ou atiro.
Ou se enforco ou me enforco.
Cansei, caralho!
E não é de hoje.
De manter minha integralidade nesse covil de peçonhentas.
Em casa, na rua, na escola, no trabalho, na faculdade, no metrô.
Na porra da vida inteira.
Ad infinitum.
Porque pra onde quer que você vá
Lá estará teu carrasco, inimigo
Um antagonista gratuito
Filho da puta e cuzão.
Qualquer que seja ele
Sempre feliz e alienado e falante com um esfíncter na garganta em plena diarréia verborrágica.
Que eu não me enturmo?
E o por que o faria?
Prefiro meus pensamentos e a minha ignorância plena no que se refere à porra dos filhos dessa cambadinha de santas-putas; prefiro meu silêncio à idolatria exarcebada do atleta analfabeto do momento.
Que enfiem seus status de maçã mordida e revolução digital além das fronteiras do cu.
Não quero ser mais um!
(Apesar de sê-lo
No respirar odioso
No existir sem nexo
No cagar-dormir-foder).
Procurem outro pra macular
Pra conspurcar
Pra lavar o cérebro
Pra moldar
Estereotipar.
Não trocarei mais meio movimento do dedão do pé pela ninharia quem me é oferecida.
Filhos da puta!
Que a única felicidade que conseguem me despertar é a quase certeza de vê-los todos no mesmo lugar:
NO INFERNO!
E mesmo lá
Será um um hotel de cinco estrelas
Comparado a imensidão de torturas
Que vocês PROCURAM fazer por merecer.
18/10/2011 - 20h10m