::: Deixo-me :::

E hoje, é o último dia que posto no recanto. Agradeço a todos que leram, comentaram e sentiram por um minuto sequer o que eu sentia quando escrevi meus textos. Mas hoje, deixo-me. E deixar-me não é fácil, preciso de coragem para isso, mas sei que vou conseguir. Não apagarei nenhum texto dessa minha escrivaninha, porque foram anos e mais anos de dedicação ao que eu amava fazer, mas hoje já não faz mais sentido. "E o poeta num súbito respirar perdeu a inspiração!".

Deixo nessas linhas tudo e nada de mim. Meu eu, meu ninguém. Meu amor e ódio. Minha confusão. Deixo aqui amigos, vida, fé e um grande amor e que fiquem intactos para que todos possam ler minha história e minha vida que um dia foram felizes, mas hoje não passam de apenas um ponto final e uma vida que não sabe porque vive.

Deixo-me com uma dor dilasceral, assim como um verme que corrói a carne semi morta, prestes a desmanchar. Deixo-me com a pouca expiriência de quem pensou que um dia pudesse fazer de sua vida um roteiro de novela. Deixo-me como a alma deixa o corpo ante a morte. Como o coração deixa de viver após uma decepção. Deixo-me na incerteza de um amanhã melhor. Mas, deixo-me.

Cheguei a terrível conclusão de que não importa o quanto eu escreva, ninguém saberá me compreender. E o que eu continuo achando do amor? Único. Preciso responder mais alguma coisa? Tire suas próprias conclusões.

Então, chega a hora do último poetar. E a luz de meus olhos se finda como sol se pondo no horizonte. Acabo por aqui o que um dia pensei ser para sempre. E a vida continua, para mim, não mais aqui... Quem sabe depois da morte.

Ana Luisa Ricardo
Enviado por Ana Luisa Ricardo em 18/10/2011
Reeditado em 18/10/2011
Código do texto: T3283841