Quando um coração se parte...
Quando um coração se parte há uma tempestade, se busca abrigo, se teme que tudo tenha se tornado instável e que a estabilidade jamais vá voltar...
O céu é escuro, e os trovões fazem parecer que já não se tem mais força...
Lágrimas precipitam-se como se todas as escuras nuvens quisessem esmagar o coração no peito...
O vento não para, porém, por um instante sequer de soprar, e as nuvens cada vez mais leves começam a se mover...
Não tarda, mal se perde o medo, vê-se entre as luzes a rasgar o céu sete cores, ainda entre a dor que cai...
Muito lenta e naturalmente... a dor cessa, como parecia impossível, a dor cessa com o vento que leva as nuvens já descarregadas...
Tudo que é frágil, tudo o que é instável é levado com o incontrolável fluxo das lágrimas...
Só as rochas mais profundamente enraizadas permanecem...
O que é firme não se abala com a queda dos céus...
E o coração então aprende sobre a firmeza: o que cedeu não era firme.
Inocente de tão nobre, o coração é obrigado a aprender com a dor... aprende que assim como é capaz de amar muito, é capaz de sofrer muito...
Fortalece-se.
Sente esperança... não quer voltar a sofrer assim, não quer voltar a amar como amou pessoas como a que amou.
Termina por entender que mesmo a pior das tempestades passa — leva o que é raso, deixa o que é profundo—, porque os ventos não param...
porque o tempo jamais irá parar de ensiná-lo...