Conversas com o meu silêncio #01
Hoje, precisei conversar com o meu silêncio.
Meu coração estava apreensivo e minh’alma conturbada.
Eu sentia as revoluções em meu ser... sentia aquele frio na espinha... algo se remexer no meu estomago... os suspiros ocasionais e o olhar perdido num ponto muito além do horizonte.
Todos os sinais estavam ali... eu meio que sabia, mas sabe como é, né? Acho que às vezes, a gente mesmo tenta se sabotar... talvez por medo... por ansiedade... insegurança...vai saber.
Então, cheguei em casa depois de um longo dia de trabalho. Comi algo rapidamente. Depois, tirei a roupa e tomei um banho relaxante, me enxuguei e pus uma roupa confortável. Me deitei em minha cama e por alguns momentos, revirei na minha mente os assuntos do dia. Lembrei de uma conta que teria que pagar no dia seguinte; de alguns itens que precisava comprar para casa; das roupas que precisava por para lavar; de um filme que queria assistir no dia seguinte.
Até que os meus pensamentos se foram... as preocupações do dia à dia, também. Senti aos poucos a calmaria recair sobre mim e o vazio preencher os limites da minha consciência.
E então, o meu silêncio falou comigo. À principio, ele sussurrou algumas coisas ao meu ouvido. Depois, falou mais claramente sobre os meus medos e as minhas apreensões. Logo, passou à elevar o tom da voz, chamando a minha atenção sobre o que estava acontecendo comigo e me repreendeu por causa da maneira como eu estava lidando com a situação (nesse momento, ele me pediu para tirar as mãos do ouvido e me disse “isso não adianta nada, seu tonto”. Por fim, ele fez as suas considerações finais (um tanto quanto irritado) e se despediu.
Enquanto eu refletia sobre as coisas que o meu silêncio me disse, uma outra voz surgiu... uma voz à principio distante e embora eu procurasse ao meu redor, não consegui descobri de onde vinha.
Era uma voz perturbadoramente familiar... que falava diretamente à minha alma e ao meu coração. Foi então que eu descobri de onde vinha a voz: ela vinha de dentro de mim. E com essa descoberta, veio outra: a de quem era aquela voz que falava comigo.
Era a tua... a tua voz falava comigo... estava dentro de mim. Ela me disse para não ter medo... para me entregar... para deixar as coisas acontecerem.
Aquilo mexeu comigo... mexeu de uma maneira que eu não sei explicar.
Mais tarde, ao refletir sobre o ocorrido percebi o porquê da tua voz falar comigo: era por que você agora estava dentro de mim... e era você o motivo e a causa de toda esta minha inquietação... dos sorrisos que teimavam em brotar no canto da minha boca... das loucas disparadas do meu coração... os sinais estavam todos lá... eu é que não queria admitir para mim mesmo que era isto.
Sabe, eu não sei o que vai ser... não sei o que vai rolar, se vamos ficar juntos... não sei mesmo!
A única coisa que eu sei, é que foi muito bom ouvir a tua voz dentro de mim... de sentir que não estou mais sozinho aqui dentro.
Denis Correia Ferreira
15/10/2011-10:03
Depois do texto 01:
“Quando o silêncio fala, é melhor escutar”.
Depois do texto 02:
“Joguei meus beijos ao Luar.
Acendi meus incensos e minhas velas...
suspirei... e pensei nela”.
Confira no blog Terra dos Sonhos o texto "Terra dos Sonhos: O Rio de Lágrimas" que demorei quase quatro anos para postar por não achar uma imagem que se adequasse ao texto.
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