(virum ad sinistram)
Sempre temi o tombo
em minhas vertigens.
Quando à porta da rua,
percebi o fel
na estampilha das cores
vermelhas e negras.
Tão amargas, a colorir roupas,
praças e jardins.
Não possui o sorriso
da bela que certa vez, vi.
Ela proclamava estandartes
que nunca ergui.
Retive ambições presas
e um aluvião de desejos
trilhando os caminhos que quis.
Empunhei minhas bandeiras
não entoando hinos
que não fossem
as batidas de meu coração.
Segui de pés descalços,
sob chuva, frio e solidão...
Até esgotar medos,
e a romântica visão.
Até entender que mesmo firme,
nada, pude alcançar.
Como os que sempre "acharam",
nunca alcançarão.
Jamais hesitei, ajoelhei,
ou fui escravo.
Apenas persegui sonhos
e a verve de minha emoção.
Agora longe de tudo
e mergulhado no ocaso.
Olho pra trás procurando
um inesquecível sorriso
que como um fixo retrato,
não pude absorver
e também, jamais entendi...