"A VALSA "
= A VALSA =
(Ronaldo Trigueiros Lima)
Noites de sonhos, desejos, fulgor... Ao fundo, os violinos, enchem o ar de emoção. O romantismo penetra na epiderme do ambiente, e aos poucos dominam o rítmo do coração...
Noites de sonhos, jardins ao luar ! Ansiosamente Polydoro vive a expectativa do baile, e também do medo da sua inaptidão para dançar. principalmente dançar uma valsa! Rodar no salão com sua amada, vivenciar momentos inesquecíveis, completamente interligado aos requisitos do amor. Polydoro treme.
Sua amada,com certeza, já o esperava com ansiedade, e não queria jamais, de forma alguma decepciona-la... Principalmente naquele momento de sonho! E nem tão pouco vê-la valsando nos braços de outra pessoa que não fosse a dele!.
O luar lentamente vai clareando seus mistérios, onde debutantes de branco -em roda-, aguardam seus pares para que as velas sejam acesas antes de rodopiarem pelo salão.
A orquestra ataca:
Na valsa mais leve, Sussurros a roçar ... Risos brejeiros quietudes ao luar... Tempos de operetas de Strauss e Frans Lehar! Era “chic”, moda a valsa bailar... Tempos de antigamente. Romantismo em profusões!
- Atenção! Atenção! O baile vai começar.- Já assinou o “carnêt” da menina Alice?... Oh! Polydoro que falta de cortezia!... Ela lhe espera ansiosa... Como?! OH! Não seja por isso... Não se aflija meu rapaz, eu lhe ensino! Calma... Fique atento aos meus pés... Por favor fique leve... É como flutuar Polydoro.... Não seja tão tímido menino... Em questão de minutos você aprende... Segure minha mão... A outra enlace minha cintura...
Não seja tímido... Vamos, me enlace! Viu como é fácil? Agora respire... Sinta o perfume dos cabelos... Agora, diga-lhe ao “pé do ouvido”:
- Alice, não poderia haver no mundo momento mais dadivoso do que este... (Na certa ela responderia:)
- Oh! Polydoro quanta gentileza!
- Não sabes como ancioso estou por esta valsa, e por tê-la enfim em meus braços!
-Aí meu menino, ela lhe dirá naturalmente: Como danças bem Polydoro! Como voas ! A que sonho mais leve me levas?...
- Um dois três / Um dois três / Um dois três /Um...
Na valsa que dança / Compasso que avança / Num beijo sem fim ... /Ternura mais cara/ Jóia mais rara / Ardente carmim... (Interrompe) – Polydoro, você errou meu jóvem... Evite pisar-me de novo... Não fique triste! Por favor não desanime! Preste atenção no compasso... Vamos de novo! Calma:
Um dois três / Um dois três / Um dois três / Um...
Na valsa vadia ,
Voavas, coorrias
Teus olhos nos meus ...
As luzes suspensas,
Intensas, invejosas
Faiscavam no chão...
Estrelas brilhantes,
Também inconstantes ,
Coxixam distantes
Pela imensidão...
Na roda,
No enlaço,
Fervia o abraço
Na valsa de amor ...
E na valsa ficamos
Sozinhos valsando,
Fiés nos abraços,
Nos beijos trocados
Ficamos os dois...!
Apenas nós dois...!
Somente nós dois!
So nós dois