Ela abre devagar o portão...
Com cuidado e sem fazer barulho, ela abre devagar o portão...
Finjo que não a vejo...
Para não ser escutada e impedida de sair. Às vezes para e descansa, pois o portão é pesado, repleto de desenhos de flores e pássaros coloridos que diminuem os espaços entre as suas grades prateadas...
Antes de voltar a abri-lo, ela olha em volta mais uma vez para ter certeza que não é observada. Então, com suas mãos quase transparentes, mas fortes, respira fundo e abre finalmente o portão...
Livre, a saudade passeia pelo coração, despertando lembranças... Quando isso acontece, sei que ela é imensa! Melhor permitir que fique solta e deixar que as emoções e lágrimas também escapem, por um breve tempo...
Vanice Ferreira
Crônicas interessantes:
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