Você está livre, as correntes que limitavam o seu caminhar se quebraram, corroeram-se com o tempo. Os seus pés finalmente poderão chegar muito mais além de onde impuseram o limite. Apalpe o ar! Sei que é impossível, mas agora isso ficou para trás.
Você pode senti-lo e ele completa você, agora você flutua, mas antes tinha medo de voar. O medo ficou para trás, assim como tudo fica. Os carros passam pelas paisagens e, o que é fixo se move tão rápido quanto o folhear de um livro... Um Livro a ser escrito, uma estória a ser contada. De alguém que a vida levou os sonhos, mas lhe incumbiu à missão de buscá-los, para simplesmente viver. Cujo sol queimou a face, a chuva enlameou seus pés, o vento esfriou o  corpo, gelou sua alma e ressecou os seus lábios.  Alguém que a névoa se impregnou no negro dos olhos, deixando-o por um tempo a implorar pela luz... Luz! Essa foi tão intensa que lhe ofuscou novamente o olhar.
Antes a penumbra de um mundo sem importância, que se importar com uma luz que não existe! Antes ver o cinza que é a verdadeira cor de toda essa ilusão! Que todas as cores, dessa verdade sem fundamento! Não esperais nada, nada lhe será concebido! Não lute por nada, pois tua morte favorecerá o inimigo! Segue vazio, é o máximo em que será completo. No mais faça diferente e ao final verás que estou correto! O mundo novamente será para ti um lugar sem abrigo!


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Roberto Codax
Enviado por Roberto Codax em 07/10/2011
Reeditado em 26/11/2012
Código do texto: T3262346
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