Palavras
Quando me falas, às vezes fico sem palavras, embora que o que me bata à porta do coração pareça ser um transfinito delas. Resumo meu discurso a um simples 'idem'.
Tenho uma hora vontade de fitar-me em teu olhar e, mesmo sem as tais palavras, te mostrar o que sinto no fundo dos meus olhos. Prefiro não. Minha atitude se resume a observar o nada, como se apenas pensasse. E te escondo a metade.
A outra metade não se contém e se exterioriza em gestos pequenos, inconstantes, mas que esperam somar-se e traduzir aquela parte de mim que de ti aguarda somente um espaço a mais no teu coração.
O simples toque da tua mão na minha, teu abraço forte, teu sorriso... ah, se soubesses o quanto me transmites vida só em existir! Controlo esse impulso de te falar de tanto querer, até a morte que seja, mas não suporto ficar distante de ti. Para que faça aos poucos saber que te amo. Em silêncio, contudo.