EXPECTATIVAS

Vivo uma espera, a minha espera.

Fico a imaginar quão bom será nosso encontro ainda que sirva apenas como mudança de ares..

Ainda que seja nosso único encontro com sensação de eternidade.

Ainda que sirva, tão somente, de encontro dos ombros acolhendo as confidências um do outro.

Ainda que seja para viver um amor profano, insano, ardente...

Fica em mim, em ti, a doce espera. E junto a ela, a pulsão de imaginar:

A descida do ônibus com mala enorme e você a rir do exagero.

A noite afeita de diferenças: o bar, o luar, a música, o vinho e os “encontros”.

O quarto, a lingerie, os “frios” intermitentes...

O dormir nos braços compridos seus.

O acordar de cara amassada, cabelo desgrenhado, olhos apertados e hálito de noite bem dormida (coisas típicas dos normais).

O ouvido por confidente e meu coração recebendo o seu; felizmente!

Pés gelados debaixo do cobertor buscando os seus, buscando calor.

À imaginar...

O café da manhã, sorrisos largos, despretensiosos.

O andar de mãos dadas como eternos aprendizes um do outro.

A entrada na igreja, a reverência e o pedido de cura das feridas mais doídas.

A prece que insere o viver num poema de amor.

A possibilidade de ser feliz.

À imaginar que tudo será perfeito e por isso, repetirá, quer seja em sonhos, desejos, pensamentos, em corpo, em alma, de corpo e alma.

Fico a imaginar tantas coisas que podem vir a ser...

Inclusive, que tudo pode ser sublime, intenso e também efêmero!

Suerdes Viana
Enviado por Suerdes Viana em 06/10/2011
Reeditado em 06/10/2011
Código do texto: T3260224
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