Minha poesia

Faço uma poesia incomum

para alguns poetas contemporâneos

Emil de Castro, sobre o Cadafalso

disse que há momentos lapidares

também tradução perfeita do poeta,

que está madura a minha poesia

todavia, segundo ele, ela, a poesia

não deve ser apenas conceitual...

Me acredito mais pensador que poeta lírico

meu mundo não é empírico

me expresso sobretudo de dentro pra fora

não preciso olhar a natureza para escrever

sou esta mesma natureza, a humana

cheia de contradições e abismos.

Para quem escrevo? Para que tem ouvidos

para algo novo, não faço cócegas nos ouvidos

nem tampouco quero amenizar o que há de caos

e de subterrâneo na alma humana.

Sou o que sou e não há razão premeditada

no que faço da minha agonia existencial

meu minuto de lucidez, entrego todo ao criar

ao fazer, se por ventura distraio alguém, muito bem

mas não tenho esta intenção propriamente dita...