*** Universo Do Meu Eu***
Ainda que o sol espalha-se dentro da imensidão da minha concha, ora fechada.
Ainda assim, seus raios não alcançarão aquela fenda do fundo , do cantinho do meu coração, onde jaz em moradia eterna a saudade e a solidão, deixadas por um amor incondicional de irmãos que, apesar de ter deixado dicas, como pegadas profundas nas areias, a arrebentação inundou-as, apagando-as para sempre.
Percorro o mesmo caminho, porém lento, sem pressa e sem hora marcada.
A qualquer hora...
Não dormirei?
Não acordarei?
Ninguém sabe dizer!
Ondas vem e vão em relâmpagos cerebrais, como a velocidade da luz,
mas não fixam-se.
Lembrar-se de quê?
Nada pára, nada fica.
Tudo vai em brumas gélidas desordenadas.
Do que fica, somente reminiscências claras de um passado que não interessa, já não faz sentido há muito e, somente incomoda mostrando a pura realidade de fatos atuais, em um conformismo por não ter muito o que fazer.
Estes, pouco ficam ou quase nada.
Um barco nas nuvens!
Há uma linha que divide passado e presente, que enerva pela tentativa do esforçar para memorizar.
O passado é como o sexo dos anjos.
As distrações causam cortes na carne, como o fio da navalha.
Os toques no altar, há muito pararam, esperando o alívio das dores do mundo.
E o aqui, esperando o vendaval que fará o estouro da boiada que provocará rios de sangue que por onde passarem, levarão à vegetação ou o deitar nas geleiras da terra funda, onde há o nada, esperando pelo passeio além do horizonte que levará a Órün ou não.
Sabe Deus para onde...