ALIANÇA
Um arco
De ouro ou prata
Tem valor comercial
Tem respaldo social
Tem brilho inaugural
Este arco é convenção
Nem sempre está no coração.
Neste arco dourado, prateado, ainda tem
olhar marejado de decepção
vida sofrida,
escravidão.
Águas turvas que deságuam em círculos concêntricos, sem vazão
na inadvertida busca de por quês.
Então...
Pra que aliança no dedo direito da mão
quando não existe no lado esquerdo do coração?
Mas...
Somos teimosos, insistentes, esperançosos...
E com dedos livres
Coração leve
Os olhos passeiam
Em busca de nova aliança.
Dessa vez no coração
Nas mãos, não!
Quero dedos dedilhando
Solando notas
Desnudando partituras
Buscando acordes
musicamando...
Quero mãos acariciando
E coração vibrando em única freqüência.
Ondas sonoras, formando elos, muitos...
Estes sim, são elos desejantes, eloqüentes, envolventes...
Diferente de elo de corrente!
“Vão-se os anéis... Ficam os dedos”
Viva a sabedoria popular!