ALIANÇA

Um arco

De ouro ou prata

Tem valor comercial

Tem respaldo social

Tem brilho inaugural

Este arco é convenção

Nem sempre está no coração.

Neste arco dourado, prateado, ainda tem

olhar marejado de decepção

vida sofrida,

escravidão.

Águas turvas que deságuam em círculos concêntricos, sem vazão

na inadvertida busca de por quês.

Então...

Pra que aliança no dedo direito da mão

quando não existe no lado esquerdo do coração?

Mas...

Somos teimosos, insistentes, esperançosos...

E com dedos livres

Coração leve

Os olhos passeiam

Em busca de nova aliança.

Dessa vez no coração

Nas mãos, não!

Quero dedos dedilhando

Solando notas

Desnudando partituras

Buscando acordes

musicamando...

Quero mãos acariciando

E coração vibrando em única freqüência.

Ondas sonoras, formando elos, muitos...

Estes sim, são elos desejantes, eloqüentes, envolventes...

Diferente de elo de corrente!

“Vão-se os anéis... Ficam os dedos”

Viva a sabedoria popular!

Suerdes Viana
Enviado por Suerdes Viana em 01/10/2011
Reeditado em 01/10/2011
Código do texto: T3252097
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