Juntando os cacos

Refugio em meu silêncio

Sinto-me impotente em revelar a alguém,

o que me angustia, mas que aos poucos, vão

se revelando, nessas tímidas linhas que se

seguem...

Queria ir ao seu encontro, mas como saber

se você vai estar a minha espera...Eu quase sei,

quase percebo, mas não ouso perguntar...

Decisões que me esperam e me sufocam, não sei

ao certo o que faço, só sei que algo se quebrou,

resta saber, quando se quebrou, ou se nunca foi

Inteiro...

Hesito em olhar melhor para o ontem; receio rever

a desconstrução do que talvez já estivesse destruído,

verei que na ânsia louca de te ver voltar, tropecei

nos próprios cacos, que há tempos venho tentando

Juntar...

Estou despida de mim mesma, meu coração esta

exposto e sem labirintos, escancarado e sem medo

de mostrar essa ternura boba que nele habita.

Posso ser leve como uma brisa, mas quando ferida,

posso ser forte como uma ventania...

Como deixar de escrever versos que podem causar

estranheza, indiferença e até tolos julgamentos?

Não me importo em desnudar minha alma...

Não amordaçarei a minha saudade. É inútil

silenciar minhas emoções. Não vou por amarras

em meu peito e vendas em meus olhos...

Mas pelo cansaço que hoje sinto,

só quero sentar-me na relva e ficar observando

apenas o acariciar do vendo, nas pétalas de uma flor

Amanhã, quem sabe? Conseguirei juntar meus cacos.