Horizonte perdido II

Caminho ao encontro do meu horizonte

Pergunto-me silenciosamente:

Terei forças para chegar até lá?

Quando o alcançarei

Tão perto e quão distante está

Subo e desço estradas íngremes esburacadas

Resgato forças e continuo caminhando

Tropeçando na solidão desta estrada

Intimamente sinto-o na essência do âmago

Pura ilusão ele está arredado

Como alcançar o meu horizonte?

Escuto ao longe o canto da passarada

Um novo alento me desperta para a caminhada

Transpondo rios e florestas verdejantes

Sempre caminhando em sua direção

Às vezes ele desaparece dos meus olhos

Para logo reaparecer garboso e sorridente

Bem à minha frente

Continuo enxergando-o cada vez mais distante

Desço, subo, quebro à direita, à esquerda

Desço ladeiras, subo morros e atravesso brejos e rios

Mas não o alcanço, não desisto

Hei de chegar até ao meu horizonte vazio

Estrelas cadentes cruzam o céu

Nas noites claras de luar

Indicam-me o caminho para o encontrar

Agradeço e continuo caminhando em sua direção

Vez ou outra um murmúrio de lamento ecoa no coração

Vejo-o bem à minha frente

Mas quão difícil é caminhar na escuridão

Sinto o passado misturar-se com o presente

Deixando o futuro tão ausente

Volto a murmurar

Será que ele existe?

Então paro para descansar

Na estrada da solidão

Quedo-me novamente a meditar

E ouvir os compassos acelerados do coração

Luiz Pádua
Enviado por Luiz Pádua em 01/10/2011
Reeditado em 01/10/2011
Código do texto: T3251399