MANHÃ CHUVOSA E FRIA

Manhã chuvosa e fria.

Apressados transeuntes

Arriscam por entre carros

E buzinas estridentes.

Pra quê?

Não vale a pena tanta velocidade,

A vida tem seu próprio tempo,

E o tempo sua própria lógica.

Então, numa manhã chuvosa e fria,

Nada terá sentido,

Se por entre carros e buzinas estridentes,

For impedido para aquele gostoso chá ou café.

E o bom papo há muito desfrutado, ficará na saudade.

Pra quê?

Antecipar acontecimentos

Que se não fossem antecipados

Não causariam tormentos.

E o chá ou o café,

Tantas vezes desfrutados

Em roda de amigos e risadas escandalosas.

Pra quê?

Apressar o que não se deve alterar,

Quando do tempo ninguém é dono,

E tendo já o tempo iniciado, não tem mais retorno.

Então, numa manhã chuvosa e fria,

Nada se deve naquele dia fazer

Aquele como em tantos outros dias,

Deve o transeunte seu tempo viver.

Que seja de riso ou mesmo de saudade,

Mas que seja vivido plena e intensamente.

Porque cada momento é sem volta,

E que assim sempre seja,

Pois como não se vive duas vezes,

Também o seu contrário não acontece.

Então o que resta?

Bom dia.